NFL: Philadelphia Eagles

De último na divisão para candidato ao título: O Philadelphia Eagles encanta a NFL

Após desapontar na temporada passada, a equipe juntou as peças e é uma das principais candidatas ao título atualmente

Por Vinícius Batista
O Lincoln Financial Field em festa: Mais um touchdown dos Eagles (Foto: USA Today)

Nem o mais otimista torcedor do Philadelphia Eagles acharia que vindo de uma temporada decepcionante no ano passado, veria uma evolução espantosa de sua equipe nesse ano, apontada por todos os amantes do esporte da bola oval como a principal candidata a ir para a final da NFL, o Super Bowl. Na busca de seu primeiro troféu, os Eagles vieram em 2017 com uma temporada que deixou muito a desejar, tendo um recorde de 7 vitórias e 9 derrotas e sendo o último da NFC Leste. A única alegria do torcedor dos Eagles foram ver os seus rivais Dallas Cowboys e New York Giants serem desbancados nos playoffs.
         
        Entretanto, após 4 anos sem ir à fase final da NFL (na maioria delas, bateu na trave), a equipe encontra-se com um recorde avassalador de 10 vitórias e somente uma derrota em 11 jogos disputados, com o título de divisão assegurado e buscando ser o time com melhor campanha da NFL. Mas como essa equipe tornou-se tão forte nessa temporada? O GOLvernantes apresenta uma análise dessa equipe que encanta os olhos de todo admirador de futebol americano.

 A  evolução de Carson Wentz
Inexperiente como rookie, Wentz hoje é um dos principais candidatos de MVP da liga. (Foto: Sporting News)

Para ser um bom time de futebol americano, você tem que ter ciência de que precisará de um bom quarterback. É ele que dita o ritmo do ataque, lê a formação da defesa, escolhe o melhor passe, enfim ele é o maestro da equipe. E nisso o Philadelphia Eagles se destaca. Carson Wentz, um dos jogadores mais falados no draft de 2016, teve um desempenho bom no seu primeiro ano de liga, mas não tanto quanto era esperado dele, lançando para 3.782 jardas, com 16 touchdowns e 14 interceptações. Mas, nesse ano as coisas mudaram. Wentz é um dos principais quarterbacks da NFL, possui 28 touchdowns e apenas 5 interceptações, já lançou para mais de 2.500 jardas e tem um rating (nota do desempenho do quarterback) de 103.4, o que é muito bom. O ataque esmagador de Philadelphia, que é o terceiro melhor da NFL em jardas e o melhor da liga em pontos por jogo, passa diretamente por suas mãos, pelos seus olhos e também pelas belas chamadas ofensivas do playbook de Philadelphia. Não é por acaso também, que após 11 rodadas da NFL, Wentz seja um dos principais jogadores a ganhar o título de jogador mais valioso da NFL (Most Valuable Player, MVP).

Sintonia entre time e técnico
Técnico Doug Pederson casou perfeitamente com o Eagles (Foto: Yardbarker)


Além de um bom quarterback, um time vitorioso na NFL precisa ter um bom técnico principal (Head Coach), que entenda seu time e case bem com ele. E nisso o Philadelphia estava pecando. Chip Kelly, antigo técnico da equipe, era muito contestado pelos fãs da franquia, visto que ele não parecia sintonizar bem com a equipe e foi demitido antes do início da temporada passada para ser substituído por Doug Pederson, que era coordenador ofensivo do Kansas City Chiefs. É notável como Pederson transformou a forma de jogar dos Eagles na temporada passada e principalmente nessa temporada. Com chamadas eficientes, que enganam a defesa no ataque e utilizando a mesma proposta na defesa, os técnicos fluem na mesma linha dos jogadores e isso é um ponto muito positivo para uma equipe na NFL.  Eles sabem o que esperar e extrair dos seus jogadores, que os apoiam e gostam muito da maneira do treinador conduzir o trabalho, abrindo o caminho para as vitórias.

A equipe manteve a base e trouxe peças importantes
Jay Ajayi, um belo running back, foi uma das grandes contratações da equipe (Foto: NBC)

Nas ligas americanas, não é incomum jogadores, renomados ou não, trocarem de equipe frequentemente, na verdade isso é até um ponto positivo das equipes equilibrarem o torneio. Mas algo diferente aconteceu com o Philadelphia Eagles. A equipe obviamente perdeu jogadores importantes como Ryan Matthews, Dorial Green-Bekckham, Norman Carroll e Jordan Matthews, mas os Eagles mais ganharam do que perderam na janela de transferências. Trouxeram o renomado wide receiver Alshon Jeffery, o defensive end Chris Long, o cornerback Ronald Darby e principalmente, Jay Ajayi do Miami Dolphins em uma troca polêmica entre as franquias. Além disso, nomes pontuais na defesa como Fletcher Cox, Brandon Graham, Malcom Jenkins ficaram na equipe, bem como a linha ofensiva, que foi preservada. Isso facilita o entrosamento da equipe e a noção dos jogadores dentro de campo, com suas qualidades, defeitos e ajuda muito no posicionamento de cada um. Mais um ponto positivo para os Eagles, que tiveram um belo planejamento vindo para essa temporad

 A força da torcida
Lincoln Financial Field: Apenas duas derrotas nos últimos 14 jogos dos Eagles (Foto: NBC)



Viajar para Philadelphia para enfrentar os Eagles no Lincoln Financial Field pode ser sinal de problema. A equipe joga muito bem dentro de casa e conta com o apoio da sua apaixonada torcida, que está com o time nas situações boas ou ruins. Muita gente falará que o calendário dos Eagles, principalmente em casa, é determinante para o recorde da equipe, mas a NFL costuma trazer muitas surpresas, então a equipe fez por merecer. Não é à toa que fez mais de 50 pontos no Denver Broncos, uma equipe que se destaca por ter uma defesa invejável, nem que venceu seus rivais Washington Redskins e New York Giants. E também não é à toa que a equipe, nos últimos 14 jogos, perdeu apenas 2 jogando em casa. É um ambiente desconfortável para se jogar contra os Eagles.

Defesa
Fletcher Cox e Brandon Graham, líderes da excepicional defesa de Philadelphia. (Foto: Shotgun)

Nos Estados Unidos, costuma-se dizer, que o ataque ganha jogos e a defesa ganha campeonatos. E essa premissa é verdadeira. Não da para ganhar campeonatos e jogos se você não tem uma equipe capaz de frear o avanço do adversário e deixar o seu ataque fora de campo por um tempo. E esse é um outro ponto favorável ao Philadelphia Eagles. A defesa da equipe não é tão avassaladora como o ataque, mas costuma ir muito bem, forçar turnovers e deixar o ataque adversário esfriar na beira do campo. Isso ficou muito visível em jogos contra o Dallas Cowboys, Denver Broncos e Washington Redskins, em que a defesa dos Eagles deixou o ataque dessas equipes esfriarem e fora de ritmo. A defesa não se destaca pelas jardas cedidas, mas sim pelas jogadas mais impactantes, como sacks, fumbles e interceptações. A equipe já tem 29 sacks, 8 fumbles forçados e 16 interceptações. A equipe é uma das que mais força interceptações na temporada, jogadas que fazem muita diferença porque além de tirar o ataque do campo, desestabiliza o quarterback. Em suma, a defesa dos Eagles, é uma daquelas capazes de ganhar campeonatos.












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